Sharp Corner: A Obsessão na Perigosa Fronteira entre Sanidade e Impulso
Assistir a "Sharp Corner" é como presenciar um acidente de carro em câmera lenta. Há uma inevitabilidade sombria em seu desenrolar e uma crueldade voyeurística em como somos convidados a não desviar o olhar. Essa comparação faz sentido, considerando o papel central dos acidentes de carro na história de um suburbano equilibrado que se torna obcecado, de forma desnecessária, em prevenir (ou ao menos ajudar) o excessivo número de colisões que acontecem na perigosa esquina em frente à sua nova casa. Com uma atuação que foge ao usual de Ben Foster, o thriller psicológico de ritmo lento do roteirista-diretor Jason Buxton sobre domesticidade e masculinidade pode ser visualmente atraente, mas, em última análise, peca por um tom excessivamente superficial para dar impacto ao seu potente desfecho. A promessa de uma nova casa é a chance de criar um lar. É o que Josh e Rachel (interpretados por Foster e Cobie Smulders) esperam...
A narrativa explora os conceitos de obsessão e a linha tênue entre a sanidade e a entrega a impulsos irrefreáveis. Jason Buxton cria uma atmosfera tensa que deixa os espectadores à beira de seus assentos, enquanto questiona a responsabilidade e a impotência perante as tragédias quotidianas. Os críticos apontam o filme como uma reflexão pungente sobre a condição humana, com destaque para as atuações convincentes que dão vida a personagens complexos e repletos de nuances. À medida que "Sharp Corner" se desdobra, o público é desafiado a considerar suas próprias noções de segurança, risco e o custo de virar as costas para os problemas bem diante de nossos olhos.